Biblioteca de Ferreira do Zêzere

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Thursday, October 13, 2005

Harold Pinter vence Nobel da Literatura


Harold Pinter nasceu a 10 de Outubro de 1930 em Hackney, Londres. Durante a II Guerra Mundial, quando contava nove anos, saiu da capital britânica, onde regressou três anos depois.

Em 1948, Pinter, filho de pai com ascendência luso-judaica, ingressou na Real Academia de Arte Dramática. Dois anos depois, publicou os primeiros poemas.

Iniciou-se na escrita de peças de teatro em 1957 com "The Room", seguindo-se, no mesmo ano, "The Birthday Party", considerada no início um fiasco, mas tornando-se depois numa das peças mais representadas.

Entre as suas peças mais conhecidas estão "The Caretaker" (1959), "The Homecoming" (1964), "No Man+s Land" (1974) e "Ashes to Ashes" (1996).

Nas obras de Harold Pinter destacam-se personagens que se defendem a si próprias contra a intrusão ou contra os seus próprios impulsos, mergulhando numa existência reduzida e controlada. Outro tema predominante é a volatilidade e o carácter esquivo do passado.

De um período inicial de realismo psicológico, Pinter passa depois para uma fase mais lírica com peças como "Landscape" (1967) e "Silence" (1968), e depois para outra ainda, mais política, com "One of the Road" (1984), "Mountain Language" (1988) ou "The New World Order" (1991).

A partir de 1973, Pinter ficou também conhecido como defensor dos direitos humanos. O dramaturgo escreveu ainda peças para rádio, cinema e televisão.

A sua reputação como autor do teatro do absurdo aumenta a partir do início da década de 1960, depois do êxito alcançado em 1963 com "The Caretaker", na proporção do seu crescente envolvimento político.

Crítico feroz, nos anos 1980, da presidência norte-americana de Ronald Reagan e da sua aliada britânica Margaret Thatcher, Pinter voltou à crítica política a propósito da intervenção militar no Kosovo (1999), a invasão norte-americana do Afeganistão (2001) e a guerra do Iraque (2003).

A propósito desta última, Pinter chegou a qualificar o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, de "criminoso de guerra" e a falar dos Estados unidos como um país "dirigido por um bando de delinquentes".

Harold Pinter vence Nobel da Literatura


O dramaturgo Harold Pinter foi hoje distinguido com o Nobel da Literatura 2005 por ter "recuperado para o teatro os seus elementos básicos: um espaço fechado e um diálogo imprevisível, onde as pessoas estão à mercê umas das outras".

Pinter é um autor que, "nas suas peças, revela o abismo existente nas conversas banais e forçar a sua entrada nos espaços fechados da opressão", afirma, em comunicado, a Academia Sueca de Literatura.

A Academia explica, no comunicado, que Harold Pinter é "visto como o principal representante da dramaturgia britânica da segunda metade do século XX", uma posição "ilustrada pela adaptação do seu nome para um adjectivo - 'pinteresco' - usado para descrever uma atmosfera e ambiência específicas em teatro".

A Academia Sueca de Literatura, criada em 1786 pelo Rei Gustavo III, atribui o Nobel da Literatura desde 1901, tendo distinguido até hoje 102 escritores, incluindo o português José Saramago (1998).

O francês Jean-Paul Sartre, distinguido em 1964, foi o único a recusar o prémio.

Harold Pinter, de 75 anos, é o décimo britânico a receber este prémio, depois de V.S. Naipaul (2004), Winston Churchill (1953), Bertrabd Russell (1950), George Bernard Shaw (1925) e Rudyard Kipling (1907), entre outros.